domingo, 25 de maio de 2014

Ser dona de casa também é importante ,sim senhor!

Há muito tempo atrás as mulheres eram criadas para cuidar  da   casa e filhos, dizendo  sim   para tudo que o marido disser.Bom graças a Deus!  isso já passou nos emancipamos e hoje trabalhamos fora,nos formamos e decidimos o rumo de nossas vidas.Tem mulheres que são chefes de família   e que chegam a ser mais fortes que muitos homens , sinalizando a  mudança de tempos.

Eu mesmo desde cedo comecei a trabalhar ,com 16 anos já tinha minha carteira de trabalho assinada e recebia meu salário, fiz colegas de trabalho, aprendi  coisas novas e me virava em mil para dar conta dos estudos,trabalho e ajudar em casa.Sempre me sentia realizada e muito viva com tudo isso e na maioria das vezes  quando chegava o pó em casa sempre tinha uma comidinha me esperando,um cafezinho quente no bule e uma cama arrumadinha  no aguardo ,  quase nunca agradecinha minha mãe por isso.Na realidade não dava o devido valor para o seu trabalho de dona de casa.Que ironia!!!!

Fiquei gravida e continuei trabalhando até o meu nono mês de gestação, tive Bruna e fui para casa com minha pequena, e voltar ao  trabalho foi a ultima coisa que pensei.Mas após o furacão dos primeiros dias logo pensei como estaria me reorganizando para voltar a trabalho e logo meu esposo me deu uma notícias bombástica,  iria trabalhar viajando e de cara passou 15 dias fora em treinamento. Então  pensei como vou voltar a trabalhar nessa situação, vi que tinha que ficar em casa pelo menos até saber como lidar com  tantas mudanças , então enquanto me descobria como mãe  me envolvia mais com as atividades domésticas e cada dia que descia para   o banho de sol de Bruna , via que ela ficaria melhor em minha companhia do que com babá .  Sentei com marido e juntos tomamos a decisão de que ele seguraria  as pontas financeiras e eu ficaria em casa com a pequena,nesse momento abrir mão de minha independência por um bem maior que seria cuidar de minha filha  e não sentia que estava  retrocedendo na história e sim  iniciando uma nova rotina, temporária , voltada para família.

No  começo  não  foi tão  difícil  já  que tinha o dia todo tomado com atividades de Bruna ,ter um recém   nascido em casa não é fácil ,mais em seguida depois de ter assumido uma rotina que possibilitou a organização das atividades ,notei que algo estava faltando e que o retorno ao trabalho teria que ser o quanto antes,mais cada vez que via a minha pequena tão bem ao meu lado voltava atrás .Para animar  decidi fazer um curso em minha área ,indo  aos poucos me preparando  e me estimulando para o retorno das minhas atividades. Só  que a vida muitas vezes nos surpreende e por um problema de saúde tive que refazer meus planos e mais uma vez dei um passo para trás  para dar dois para frente .

No período da minha quimioterapia e radioterapia   fiquei sem poder literalmente fazer nada em casa ou cuidar de Bruna,  foi quando  vi a minha importância como dona de casa e  quanto a minha dedicação diária se tornou  ,sem me gabar,  o pilar dessa casa .Então fui para o patamar além daquele que se chateada com a falta de elogios  e descontentamento da   rotina de lavar,passar,arrumar e cozinhar ( cansativa)além da falta de tempo para cuidar da minha pessoa e fiquei no patamar que entede que para fazer minha família feliz eu tinha que estar feliz e saber que tudo tem seu tempo.


Após minha recuperação decidir que tinha que da lugar para minhas atividades dentro da rotina da casa e não me anular, para também não exigir um reconhecimento que não tinha, comecei a melhorar o meu dia   no intuito  apenas de sentir a cada final do dia uma sensação de dever cumprido e minha filha feliz e não mais querer aprovação externa ou provar que faço algo para alguém . E hoje sei que sou a fisioterapeuta  e cuido do bem estar e da prevenção da saúde  das pessoas ao meu redor ,chef de cozinha  (porque tenho que planejar o cardápio de casa 7 dias por semana e  com qualidade de tudo  no café,almoço e jantar) animadora infantil (para inventar diferentes distrações para a pequena) faxineira (pois arrumo,lavo ,passo , faço mercado)  professora ( faço a lição com a pequena todo dia ,como também sempre acrescento algo a mais como reforço) psicóloga(cuido das angústias diárias  incluído as que tenho) e   esposa, em  resumo sou dona de casa  e aqueles comentários sem sentido tipo "você só cuida da casa?" ou você não trabalha só é dona de casa ?  já não faz mais sentido dentro dessa perspectiva de acúmulos de tarefas.
 
Então quando em um dia cansativo  em que você é a primeira a acordar e a ultima a dormir todos os tolos comentários ou piadinhas daqueles que não sabem   o que estão falando por não vivenciar essa historia já não tem importância.Sei o quanto e difícil ser uma boa dona de casa e que cuidar sozinha do bem estar de uma família  não e para todos , me sinto orgulhosa de conseguir isso e hoje penso mais em ser do que ter.Aprendi a dar valor as donas de casa ou seja a me dar valor e quem achar que e fácil ,fiquem a vontade para testar ...

Não temos que provar nada para ninguém apenas sermos felizes seja trabalhando em casa ou  fora .


4 comentários:

Anônimo disse...

Essa é a que mais ouço: você não trabalha?! É piada, né! Ainda bem que, conforme você disse, sou bem resolvida com a minha escolha, pois prioriza a infância da Laura. O resto não importa quem critica. Beijo e ótima semana!

Nana Pinho disse...

Concordo com vc, hj em dia as mulheres se preocupam tanto em se igualar ao homem, que esquecem que ser dona de casa é honrado também, alem de importante!

Ingrid Faria disse...

Nem sabia que existia o dia do trabalho doméstico, que bacana!! Eu já fui dona de casa integral e o pior é quando eu dizia que era e as pessoas me olhavam como se eu não trabalhasse. Eu só fui trabalhar fora quando minha filha fez 8 anos, antes disso era dona de casa integral pra cuidar dela
Beijos

Daniela disse...

Lindo depoimento... eu sinto que existe uma visão totalmente distorcida do trabalho em casa hoje em dia. Parece, como você disse, um retrocesso, um passo para trás, quando na verdade é exatamente o contrário!
Quando engravidei da Mariana, minha primeira, jamais passaria pela minha cabeça parar de trabalhar... voltei da licença, sofri para escolher uma boa escolinha em que me sentisse segura de que ela seria bem tratada, e voltei ao trabalho. Quando ela tinha 1 ano, decidimos tentar engravidar novamente, eu queria ter mais de um e queria que crescessem juntos. Engravidei na primeira tentativa... na volta do trabalho, fui demitida, e senti o "gosto" de ficar por um ano em casa cuidando dos meus tesouros. Algo inimaginável para mim antes, tornou-se delicioso! Mas, a coisa apertou e tive que voltar ao trabalho... e em dias como hoje, que aqui em Londrina no Paraná amanheceu 10 graus, ter que tirar os pequenos (de 2 anos e 3 anos e meio) da cama e de dentro de casa logo cedinho virou uma tortura psicológica pra mim, eu sofro desde a noite anterior, estou novamente decidida a encontrar um meio de ficar em casa com meus pimpolhos, e se Deus quiser, vou voltar a ser dona de casa como você!!!
um beijo e parabéns por sua história!!!!